CANCIONEIRODASMISSÕES – Uma homenagem ao centenário de Adão Pinto Fontoura (1924/2024).
Esse livro é uma bela história, uma comovente homenagem que os filhos de Adão Pinto lhe fizeram. Sob a coordenação e organização do filho Paulo Roberto. Além de uma breve biografia o livro reúne as poesias e suas canções.
Nascido aos quatro dias do mês de agosto de 1924, no interior da cidade de São Luiz Gonzaga, mais precisamente, numa fazenda na Bossoroca, filho de Alcimero Castilhos da Fontoura e de lzolete Pinto da Fontoura. Muito cedo perdeu sua mãe e foi ser criado em Santo Ângelo, pela Professora Zelina Lemos, sua madrinha, que muito carinhosamente ele a chamava de mãe e nós de vó. Dona Zelina era dona e diretora da Escola Duque de Caxias, onde nosso pai muito aprendeu.Rapaz levado que era, gostava de fazer bagunças pela cidade. Nos
bailes em que ia, contava ele para nós, que quando estourava uma briga, tinha que sair peleando com sua prateada (faca), e era adaga subindo e descendo. Quando já tinha seu revólver, gostava de dar uns tiros, e isso ele fazia muito bem, vai ver é porque não precisava fechar um olho para fazer pontaria, o pai tinha perdido a visão do olho esquerdo, decorrente de medicação mal aplicada, quando era criança. Dava um tiro numa rua da cidade e quando a polícia vinha ver, ele já estava noutra rua e dava outro tiro, só para fazer arruaça.
Por ofício escolheu ser alfaiate, em Santo Ângelo, onde aprendeu a profissão, e foi um dos melhores do estado, fazia roupas para pessoas muito importantes, como as famílias Só, Sirotski, entre outras.
Conheceu sua esposa, Maria Olinda, também em Santo Ângelo, onde casaram-se em 15 de outubro de 1948. Tiveram o primeiro filho, Orlando e após o Armando, que nasceram naquela cidade.
Quando se transferiram para Porto Alegre, em dezembro de 1953, passou muito trabalho inicialmente, depois as coisas foram melhorando, conforme contava e cantava em sua poesia “A Força da Fé”, sua verdadeira história. Foi alfaiate e cortador de renomeadas empresas, como as Alfaiatarias Adriática e Central. Mais tarde, em junho de 1964, passou a ser empresário do ramo de roupas, estabelecendo-se no Quartel 18° RI, onde possuía uma alfaiataria e loja.
Em 1954, nasceu Gilberto, no dia do seu aniversário de 30 anos, que neste ano chega aos 70 anos juntamente com o centenário do pai. Em 1959, nasceu Paulo Roberto, e em 1962, Luis Antônio. Mais adiante, em 1968, adotou Any Claire nossa querida irmã de coração. O pai sempre quis ter uma filha, pois só nascia meninos, e então teve a satisfação de receber a Any como filha e irmã desse time de meninos. Gostava muito de coisas novas e certa vez, fez curso de detetive particular, logo a seguir o de mágico, e tinha muita destreza com as mãos que deixava as pessoas de boca aberta com sua capacidade ilusionista em fazer truques. Além disso, o gostava muito de contar anedotas, era um piadista inveterado e gozador juramentado, que inclusive ganhou alguns concursos do ramo, inclusive teve piadas divulgadas até na televisão.
Gostava muito de compor poesias e canções, que levou seus filhos a editar este pequeno livro, como nossa singela homenagem pela passagem de seu centenário, que completaria dia 4 de agosto de 2024. Se arriscava tocando seu violão e cantando com desinibição, dando verdadeiro show, onde agradava a todos onde quer que se apresentasse, também tinha habilidade com outros instrumentos, como a gaita e o teclado. Após se aposentar, se dedicava a cuidar de sua horta e árvores frutíferas, e tinha muito orgulho disso e dizia: foi eu quem plantou.
Avô dedicado, sentia muito prazer em paparicar seus netos, fazendo todas as vontades deles, principalmente oferecendo balas, bolachas e chocolates.
Adorava tomar chimarrão e um bom vinho, fez até uma poesia em homenagem ao centenário da imigração italiana no Rio Grande do Sul, em 1975, chamada “Vinho”, que citava em seus versos: “Vinho fina bebida…Da rica mesa do nobre…Tu complementas a comida…Tanto para o rico ou pobre… Para alegria da vida… Nunca nos falte, sempre sobre… Não posso dizer mais nada… Só sei que bom pra beber”.